Após passar horas nadando e ser encontrada ferida, a onça macho está sob cuidados no Zoológico do Tropical, em Manaus, e já apresenta comportamentos típicos de um animal selvagem
A onça-pintada resgatada após nadar por horas no Rio Negro, em Manaus, está se recuperando bem e pode voltar à natureza em até 30 dias. A informação foi confirmada pelo biólogo e diretor do Zoológico do Tropical, Nonato Amaral. O animal, um macho de aproximadamente dois anos, está sob observação desde o dia 1º de outubro.
Segundo Amaral, o felino tem demonstrado excelentes sinais de recuperação. “Ele já apresenta comportamentos típicos de um animal selvagem, como arranhar madeiras, morder pranchas e reagir com agressividade. São indícios de que está readquirindo seus instintos naturais”, explicou o biólogo.
Durante o resgate, a onça foi encontrada com ferimentos no rosto, cabeça e pescoço, causados por disparos de arma de caça. Exames revelaram mais de 30 estilhaços espalhados por essas regiões. O animal também tinha dentes quebrados e apresentava cansaço extremo, mas seu quadro foi considerado estável.
Amaral informou que o olho lesionado do felino apresentou melhora significativa. “O animal responde a todos os estímulos visuais, o que é uma boa notícia, descartando uma lesão mais profunda no globo ocular”, afirmou.
A onça permanece em isolamento total, sem contato visual com humanos. Seu comportamento é monitorado por câmeras instaladas no recinto para garantir que mantenha a natureza selvagem necessária à reintrodução.
Na próxima semana, o biólogo deve se reunir com representantes do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), do Ibama, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Laboratório de Interações Fauna e Floresta (Laiff/Ufam) e da Secretaria de Proteção Animal (Sepet) para definir o local mais adequado para a soltura. A expectativa é que o animal seja devolvido à margem direita do Rio Negro.
“Ele vai sair do zoológico direto para o habitat natural”, garantiu Amaral.
A onça foi resgatada no início do mês após ser vista por passageiros de uma embarcação tentando atravessar o Rio Negro. Exausta e desorientada, acabou sendo retirada da água por equipes da Sepet, do Batalhão Ambiental e do Laiff/Ufam, com apoio de voluntários. Depois de receber os primeiros cuidados em uma clínica veterinária, foi transferida para o Zoológico do Tropical, onde segue em processo de reabilitação.
